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Curso de Direito Internacional e Direitos Humanos em Coimbra: êxito acadêmico marcou o início de 2024

Atualizado: 9 de out.

Foto: Organizadores e participantes do I Curso na Universidade de Coimbra (02/02/2024).


O Facts and Norms Institute (FNI) e o Ius Gentium Conimbrigae - Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra realizaram com grande êxito o Curso Avançado de Direito Internacional e Direitos Humanos entre os dias 29 de janeiro e 02 de fevereiro de 2024.


Sediado no Palácio dos Melos, nas instalações da renomada Universidade de Coimbra, o evento reuniu especialistas e estudantes para uma jornada intensiva de aprendizado e debates sobre temas cruciais dos direitos humanos.


O Palácio dos Melos, sede do I Curso do Facts and Norms Institute. Universidade de Coimbra, Portugal. Patrimônio cultural da humanidade. Fotos: Professor Henrique Napoleão Alves.


Primeiro Dia: Início e Imersão


O curso teve início em 29 de janeiro de 2024 com uma calorosa sessão de apresentação das 10h00 às 11h00, onde os participantes puderam se conhecer e foram introduzidos à estrutura do programa.


Logo em seguida, os presentes desfrutaram de uma visita guiada ao complexo histórico da Universidade de Coimbra, mergulhando na rica história da instituição.


[Confiram as fotos e a Descrição Detalhada da incrível visita guiada no final deste post]


Paço das Escolas, Universidade de Coimbra. Patrimônio cultural da humanidade. Fotos: Professor Henrique Napoleão Alves.



Terminada a visita guiada, os participantes tiveram uma pausa para o almoço livre.


Após o almoço, a tarde foi dedicada ao tema "Proteção dos Direitos Humanos no Âmbito Universal: ONU", com uma palestra ministrada por Carla de Marcelino Gomes, do IGC/CDH, das 14h00 às 15h45.


Professora Carla de Marcelino Gomes na Universidade de Coimbra durante o I Curso (29/01/2024).


A professora Carla de Marcelino Gomes é Diretora Executiva no IGC/CDH; Codiretora do Curso em Operações de Paz e Ação Humanitária organizado pelo IGC/CDH e pela Brigada de Intervenção do Exército Português; Docente da Pós-graduação em Direitos Humanos do IGC/CDH e do Mestrado de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique.


Tem várias publicações na área dos Direitos Humanos, entre elas o livro “Os Direitos Fundamentais em Timor-Leste – Teoria e Prática” (2015), executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com a Provedoria dos Direitos Humanos e Justiça de Timor-Leste.


Alunos e participantes do I Curso na Universidade de Coimbra (29/01/2024).


O dia encerrou com a primeira sessão de apresentações de trabalhos, intitulada "Empresas e Direitos Humanos".


Apresentação do aluno Dane Avanzi durante o I Curso na Universidade de Coimbra (29/01/2024).


Nesta sessão, Dane Avanzi discutiu ESG e Direitos Humanos, Luís Pedro Silva Moreira apresentou sobre governança e participação social no caso Samarco, e Yago Ferreira Freire falou sobre o consentimento livre, prévio e informado na América Latina.


Apresentação do aluno Yago Freire durante o I Curso na Universidade de Coimbra (29/01/2024).

Apresentação do aluno Luís Pedro Silva Moreira durante o I Curso na Universidade de Coimbra (29/01/2024).



Segundo Dia de Curso


O segundo dia começou com uma "Introdução aos Direitos Humanos" pelo Professor Jónatas Machado, da FDUC e IGC/CDH, das 09h30 às 11h00.


Professor Jónatas Machado na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


O professor Jónatas Machado é o atual Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Doutor em Ciências Jurídico-Políticas pela mesma instituição, é um dos maiores constitucionalistas e internacionalistas dos países de língua portuguesa, e um dos mais importantes acadêmicos da Europa.


O professor Henrique Napoleão Alves, Diretor do FNI e co-organizador do Curso, foi orientado pelo professor Jónatas Machado em seu pós-doutorado em Direito na Universidade de Coimbra, entre agosto de 2017 e julho de 2018.


Professor Jónatas Machado na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


Professor Jónatas Machado e Professor Henrique Napoleão Alves na Universidade de Coimbra, janeiro de 2018.


Após a palestra do professor Jónatas Machado, os alunos ouviram o professor Eduardo Figueiredo, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, ministrou uma palestra sobre "Corrupção e Direitos Humanos" das 11h15 às 12h45.


Professor Eduardo Figueiredo na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Eduardo Figueiredo é também investigador colaborador do Instituto de Investigação Jurídica, investigador associado do Centro de Direito Biomédico e investigador associado do Centro Ius Gentium Conimbrigae/Direitos Humanos, todos da Universidade de Coimbra.


Conferência do Professor Eduardo Figueiredo na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


À tarde, a professora Natália Moreno, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, apresentou o tema "Proteção dos Direitos Humanos no Âmbito Regional: o Sistema Interamericano" das 14h15 às 15h45.


Conferência da Professora Natália Moreno na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


A professora Natália Moreno integra a Secção de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra como Docente Convidada.

Em 2018, atuou como Visiting Research Scholar no College of Social Sciences and International Studies e Centre for European Governance da Universidade de Exeter, Reino Unido. Além da docência, trabalhou como advogada no Contencioso e Consultivo Marítimo do escritório Law Offices Carl Kincaid (Top Ranked by Chambers and Partners) e na área Consultiva de Direito Administrativo e Regulatório. 


Conferência da Professora Natália Moreno na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).


A sessão de apresentações do dia, com o tema "Racismo, Meio Ambiente e Direitos Humanos", contou com trabalhos de Flavia Daniel de Alcântara sobre racismo algorítmico, Larissa Pirchiner de Oliveira Vieira abordando racismo ambiental e mudanças climáticas, e Ana Trevizan analisando o efeito Bruxelas no direito florestal brasileiro.


Apresentação da aluna Flavia Daniel de Alcântara na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).

Apresentação da aluna Larissa Pirchiner de Oliveira Vieira na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).

Apresentação da aluna Ana Trevizan na Universidade de Coimbra durante o I Curso (30/01/2024).



Terceiro Dia de Curso


O terceiro dia de curso iniciou-se com o professor Henrique Napoleão Alves, do FNI, discutindo "A Advocacia e a Pesquisa em Direito Internacional e Direitos Humanos" das 09h30 às 11h00.


Conferência do Professor Henrique Napoleão Alves na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


Diretor do Facts and Norms Institute (FNI), o professor Henrique Napoleão Alves é doutor em Direito pela UFMG e pós-doutor pela Universidade de Coimbra, além de atuar como advogado e consultor jurídico da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), após aprovação em concurso internacional em 2018, em primeiro lugar).


Conferência do Professor Henrique Napoleão Alves na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


Na sequência, a professora Paula Veiga, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, abordou o tema "Democracia e Direitos Humanos" das 11h15 às 12h45.


Conferência da Professora Paula Veiga na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


A professora Paula Veiga é docente em Coimbra nas áreas do Direito Constitucional e do Direito Internacional Público. É Subdiretora da Faculdade de Direito de Coimbra e membro do Instituto Jurídico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, além de integrar a direção de dois Institutos: o Ius Gentium Conimbrigae (IGC) e o Instituto Jurídico da Comunicação (IJC).


A par da atividade acadêmica, desempenhou funções no Comitê Económico e Social da União Europeia, no Gabinete do Secretário de Estado do Ministério da Administração Interna, na Comissão Nacional de Proteção de Dados e no Comité para a Utilização Pacífica do Espaço Extra-atmosférico da ONU. Desde 2022, atua como Juíza ad hoc da Corte Europeia de Direitos Humanos.


Conferência da Professora Paula Veiga na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


À tarde, o professor Eduardo Malheiro de Magalhães, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, apresentou o Sistema Europeu de proteção dos direitos humanos das 14h15 às 15h45.


Conferência do Professor Eduardo Malheiro de Magalhães na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


O professor Eduardo Malheiro de Magalhães é um grande especialista em Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito Internacional Público. Além de docente em Portugal, foi também professor na Faculdade de Direito da Universidade de Macau, China (entre 1993 e 2003). Em Coimbra, sua tese foi aprovada em Provas Públicas com Distinção de mérito (uma conquista muito rara no meio acadêmico português).


Além dos labores acadêmicos, exerceu funções de Adjunto do Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Justiça, bem como Chefe do Gabinete do Secretário de Estado da Defesa e Antigos Combatentes. Recebeu do Ministro da Defesa, a Medalha de Serviços Distintos - Grau Ouro. Exerce Consultoria Jurídica na área do Direito Público.


Conferência do Professor Eduardo Malheiro de Magalhães na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).


A sessão de apresentações do dia, focada em "Pessoas privadas de liberdade, política e religião", contou com trabalhos de Eduarda Couto Pessoa Othero sobre o cárcere na perspectiva dos Direitos Humanos, Tarla Costa Carli abordando direitos humanos e pessoas privadas de liberdade no Brasil, Jade Christinne dos Santos discutindo política, religião e direitos humanos no governo brasileiro e Laura Gontijo Goulart Leite expondo sobre epistemologia e o processo criminal democrático.


Apresentação da aluna Eduarda Othero na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).

Apresentação da aluna Tharla Carli na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).

Apresentação da aluna Jade Christinne dos Santos na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).

Apresentação da aluna Laura Gontijo Goulart Leite na Universidade de Coimbra durante o I Curso (01/02/2024).



Último Dia de Curso


O último dia do curso começou com o professor Ernesto Costa, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, falando sobre "Direitos Humanos, Inteligência Artificial e Democracia" das 09h30 às 11h00.


Foto: Conferência do Professor Ernesto Costa na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).


O professor Ernesto Costa é docente Emérito do Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra. Doutor em Ciência da Computação pela Universidade Pierre et Marie Curie, França, e Doutor em Engenharia Eletrônica (área de Ciência da Computação) pela Universidade de Coimbra, publicou mais de 250 trabalhos revisados ​​por pares em livros, periódicos e anais de conferências.


Tem experiência nas áreas da Computação Evolutiva, Vida Artificial, Sistemas Complexos, Aprendizagem de Máquina, Cognição e Biologia Computacional. Em particular, trabalha em inteligência artificial bioinspirada, desenvolvendo novos algoritmos e aplicando-os a problemas de design, otimização e aprendizagem, e promovendo a fertilização cruzada da Computação Evolutiva e da Aprendizagem de Máquina.


Conferência do Professor Ernesto Costa na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).


Em seguida, a professora Catarina Gomes, do IGC/CDH, abordou a "Educação para os Direitos Humanos" das 11h15 às 13h00.


Conferência da Professora Catarina Gomes na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).


A professora Catarina Gomes é Licenciada e Mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e Mestre em Gestão de Recursos Humanos pela Escola Superior de Altos Estudos do Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra. Também desenvolveu estudos, na área da Educação de Adultos e Psicologia Social na Facoltá delle Scienze della Formazione, Universidade de Florença, Itália.


Desempenha funções enquanto assessora, investigadora e consultora em educação para os direitos Humanos na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Ademais, integra o corpo docente da Pós-graduação em Direitos Humanos, promovida pelo IGC/CDH, e do Curso em Operações de Paz e Ação Humanitária, organizado pelo IGC/CDH em conjunto com a Brigada de Intervenção do Exército Português. É uma das coordenadoras, em Portugal, do projeto europeu “I Have Rights”, co-financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia.


Conferência da Professora Catarina Gomes na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).


A conferência da professora Catarina Gomes foi marcada pela combinação entre aula expositiva e uma dinâmica de metodologia ativa de ensino. Através dela, os alunos foram convidados à reflexão sobre o papel da educação em direitos humanos para sociedades mais justas e pacíficas.


Registros dos grupos de alunos em conversação e exposição durante a dinâmica de metodologia de ensino ativa; conferência da Professora Catarina Gomes na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).


A tarde foi dedicada à última sessão de apresentações, com o tema "Direitos dos Refugiados e Minorias". Estéfany Rocha Monteiro discutiu a Proteção Máxima para Refugiados, Juliana Ervilha Teixeira Pereira abordou o tema Refúgio e Gênero, Ana Elisa Barbosa Mourão apresentou um estudo sobre Direitos Humanos e a Memória Romani nas Américas, e Beatriz Cardoso Gomes falou sobre Refugiados e Mídia.


Apresentação da aluna Estéfany Rocha Monteiro na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).

Apresentação da aluna Juliana Ervilha Teixeira Pereira na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).

Apresentação da aluna Ana Elisa Barbosa Mourão na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).

Apresentação da aluna Beatriz Cardoso Gomes na Universidade de Coimbra durante o I Curso (02/02/2024).



Encerramento


O curso foi encerrado com uma sessão solene de 15h30 às 16h30, com discursos de encerramento por parte dos professores Henrique Napoleão Alves, Carla de Marcelino Gomes e Catarina Gomes e a entrega dos certificados aos participantes.


"Durante um longo tempo os nossos países, nossas nações, nossas terras, não estiveram em pé de igualdade. Durante os últimos dias estivemos lado a lado, como irmãos e irmãs, para cultivar o estudo, a justiça e a paz" — destacou o professor Henrique Napoleão Alves.

"O Curso correu muito bem graças ao esforço de muitas pessoas do FNI e de Coimbra, mas, acima de tudo, graças à excelente turma que foi formada: entre os mais de 120 interessados, foram selecionados e aprovados 30 participantes de excepcional qualidade intelectual e humana" — acrescentou o professor.

Ao final, o IGC, Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra e anfitrião do curso, homenageou os participantes com um Porto de Honra. Este tradicional brinde simboliza a hospitalidade da Universidade e celebra a nova amizade com os presentes.


Através do Porto de Honra, os alunos do Curso são homenageados e reconhecidos como amigos de Coimbra.

O Porto de Honra marcou o fim de uma semana intensa e enriquecedora de estudos e debates sobre direito internacional e direitos humanos. A linda jornada do I Curso deixou saudades.



 

Detalhes sobre a Visita guiada


Uma preocupação da organização do Curso foi a de combinar, na programação, tanto o conteúdo educacional tradicional como atividades culturais. Nada melhor, para isso, do que a visita guiada realizada no início do Curso.


A visita, conduzida por um guia português especializado em História, foi uma viagem no tempo através de um lugar especial, declarado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.


Paço das Escolas, Universidade de Coimbra. Patrimônio cultural da humanidade. Fotos: Professor Henrique Napoleão Alves.


O guia português conduziu os participantes através do pátio do Paço das Escolas, do Palácio Real, da Capela de São Miguel e da Biblioteca Joanina.


O início da Visita Guiada ao Paço das Escolas, Universidade de Coimbra. Patrimônio cultural da humanidade.


Palácio Real, Universidade de Coimbra.


O Palácio Real foi construído no final do século X, servindo como fortaleza do governador da cidade, durante o domínio muçulmano. Em 1131 passou a ser a primeira residência real portuguesa, habitada por D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. 


Em 1537, durante o reinado de D. João III, a Universidade foi transferida definitivamente de Lisboa para Coimbra, tendo sido instalada neste edifício em 1544.


O passeio pelo Palácio Real incluiu três espaços de visita: a Sala das Armas, a Sala dos Atos Grandes e a Sala do Exame Privado.


Sala de Armas, Universidade de Coimbra.


A Sala das Armas tem este nome por ser o local da primeira linha de defesa na proteção dos Infantes, dada a sua importância na linha de sucessão ao trono. Posteriormente, foi utilizada como espaço para guardar as armas da antiga Guarda Real Acadêmica, corpo de guardas sob jurisdição universitária que garantia a segurança do reitor, da casa reitoral, dos edifícios universitários e do perímetro urbano.


Hoje é utilizada pelos Archeiros (guardas) nas cerimônias acadêmicas solenes, tais como doutoramentos Honoris Causa, investidura do Reitor e abertura solene do ano letivo.


Sala Amarela, Universidade de Coimbra.


Contígua à Sala das Armas, a Sala Amarela tem as paredes forradas de seda amarela para honrar a Faculdade de Medicina. Funcionava como uma sala de reuniões onde os membros da Faculdade discutiam os mais variados assuntos. É possível ver os retratos de reitores da Universidade que prestaram serviço nos séculos XIX e XX. Existem ainda outras salas, com cores diferentes, representando outras faculdades. Ainda hoje, as salas são utilizadas para atos acadêmicos correntes.


Sala dos Atos Grandes ou Sala dos Capelos, Universidade de Coimbra.


A Sala dos Atos Grandes, ou Sala dos Capelos, é a mais importante da Universidade de Coimbra. Foi a antiga Sala do Trono Português. Entre 1143 e 1383, foi morada, dos reis da primeira dinastia portuguesa. Nela decorreram episódios importantes da História de Portugal, como a aclamação do rei D. João I, em 1385. Atualmente, aqui que se realizam as cerimônias mais importantes da vida acadêmica.


Nas paredes encontram-se retratos de reis portugueses, desde D. Afonso Henriques até D. Manuel II, com a exceção dos reis da dinastia Filipina (correspondente ao período entre 1580 e 1640).


Sala do Exame Privado, Universidade de Coimbra.


Durante a vida do edifício como Palácio Real, a Sala do Exame Privado serviu como aposentos do rei, tendo sido depois transformada num local onde os estudantes realizavam as suas provas.


O exame consistia numa prova oral, realizada ao anoitecer. Tratava-se de um ato de caráter privado: apenas o aluno avaliado e os professores poderiam estar dentro da sala. Este exame perdurou até à segunda metade do séc. XVIII, tendo sido extinto durante as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal.


O teto da sala data de 1701. Nele é possível ver o escudo de armas do Reino de Portugal e a representação daquelas que foram as grandes Faculdades da Universidade de Coimbra: Teologia (Cruz e Sol), Leis (Balança e Espada), Medicina (Cegonha e Caduceu de Hermes) e Cânones (Tiara Papal). Nas paredes da sala é possível observar os retratos de 38 reitores, do século XVI ao século XVIII.


Real Capela de São Miguel, Universidade de Coimbra.


A visita prosseguiu do Palácio Real ao edifício da Real Capela de São Miguel. Construído provavelmente no século XII, era usado como oratório privativo do antigo Paço Real. O seu nome deve-se ao Arcanjo São Miguel, protetor de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.


No exterior, o grande portal domina a fachada. Esta estrutura naturalista é ladeada por dois pilares com forte simbolismo marítimo. Ao centro encontra-se o Escudo Real Português, em conjunto com a Cruz de Cristo e a Esfera Armilar. No interior da Capela podemos observar vários motivos decorativos, com evidente carga religiosa. A decoração atual resulta de trabalhos realizados maioritariamente nos séculos XVII e XVIII.

Participantes do I Curso com o Guia de Coimbra na Real Capela de São Miguel, Universidade de Coimbra.


Sobressai no conjunto da Capela o Órgão barroco, que data de 1737, e contém mais de 2000 tubos. Este mecanismo é revestido por uma caixa de madeira em talha dourada e decorado com motivos orientais (chinoiserie). Mandado construir por D. João V, este órgão destinava-se a uma igreja de dimensões muito maiores. Assim se explica a sua desproporção quando comparado com o espaço onde se encontra instalado. O Órgão está em perfeito estado de funcionamento e é utilizado atualmente em concertos, missas e outros atos religiosos.

Real Capela de São Miguel, Universidade de Coimbra.


Sobre o Coro, destinado ao grupo musical de acadêmicos que participam nas celebrações dominicais, está a tribuna real, espaço onde a família real assistia às cerimônias com uma vista privilegiada sobre a Capela.


Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra.


Após o Palácio Real e a Real Capela de São Miguel, a visita guiada foi concluída no edifício da Biblioteca Joanina.


A Biblioteca Joanina é o expoente máximo do Barroco português e considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias. Seu nome é em honra e memória do Rei D. João V, que autorizou a sua construção. Sua construção foi concluída em 1728. Esteve em funcionamento, como Biblioteca da Universidade, desde 1777 até à primeira metade do século XX.


No seu interior existem cerca de 60 mil volumes, datados do século XVI ao século XVIII, das mais variadas temáticas que, ainda hoje, podem ser consultados. Seu edificio encontra-se dividido em 3 pisos. O piso mais baixo é o piso da Prisão Acadêmica.


Antiga prisão acadêmica, Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra.


À semelhança do que acontecia com outras universidades europeias de prestígio, a Universidade de Coimbra teve, durante muito tempo, o privilégio de se reger por legislação própria, o chamado Foro Acadêmico. A existência desse privilégio protegia a comunidade académica (professores, funcionários e estudantes) do convívio com criminosos de delito comum. Assim sucedeu até 1834, data em que esse privilégio terminou.


A prisão acadêmica funcionou também neste espaço, coincidindo aproximadamente com o que antes tinha sido a cadeia do Paço Real. Estamos assim perante um cárcere de origem medieval, o mais antigo que se preserva em Portugal. Da estrutura primitiva restam ainda duas celas estreitas e uma escada em caracol.


Acima da Prisão Acadêmica encontra-se ao Piso Intermédio. Esta sala teve sobretudo duas finalidades: serviu de apoio aos guardas que vigiavam a prisão acadêmica (extinta em 1834) e funcionou como depósito dos livros que eram lidos no piso nobre.


Piso intermédio, Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra.


No início, não existia comunicação fácil entre o piso intermédio e o piso nobre. As escadas que hoje ligam os dois pisos da Biblioteca foram construídas apenas em finais do século XIX. O andar é ainda hoje usado para exposições documentais.


Acima do Piso Intermédio encontra-se o Piso Nobre, último ponto da visita guiada.


Piso nobre, Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra.


O Piso Nobre é composto por três salas revestidas por estantes e varandas ornamentadas com ricas talhas e pinturas a ouro sobre fundo preto, na primeira sala, vermelho na segunda e verde na terceira. A comunicação entre as salas faz-se através de arcos rematados por escudos. O revestimento é de madeira, pintada de tal forma que aparenta ser mármore. As paredes estão cobertas por estantes de dois andares em madeira de carvalho, dourada e policromada.


Na biblioteca guardam-se perto de 60 000 volumes, representando o que de melhor se imprimiu na Europa entre os séculos XV e XVIII. O edifício é uma caixa-forte essencialmente pensada para conservar os livros: as paredes exteriores têm 2 metros e 11 centímetros de espessura. Para além da umidade e da temperatura, os livros podem ser afetados pelos insetos que se alimentam de papel. Para resistir a esse perigo, as estantes são feitas de madeira de carvalho, apreciada pela sua densidade, durabilidade e ainda pelo odor que mantém afastados os insetos.


Desde há pelo menos dois séculos e meio que habitam a Biblioteca duas colônias de morcegos que contribuem para o controle de pragas. Esses pequenos mamíferos voadores se tornaram uma marca da biblioteca e um símbolo informal da própria universidade.



A equipe do FNI agradece a todos os participantes pela dedicação e pelo valioso retorno, e se alegra em contribuir para a formação de uma nova geração de juristas e internacionalistas comprometidos com os ideais da justiça, da paz e dos direitos humanos.

 

De 7 a 10 de janeiro de 2025, o FNI realizará a segunda edição do curso! 
Estamos com inscrições abertas!
Confira todos os detalhes em: www.factsandnorms.com/curso


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